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Farmácia e farmacologiaHistória & Sociologia

Estudos relacionados ao tema:

PAUMGARTTEN, Francisco J. R.; SOUZA, Nair Ramos de. Clinical use and control of the dispensing of thalidomide in Brasilia-Federal District, Brazil, from 2001 to 2012. Ciência & Saúde Coletiva, 18(11):3401-3408, 2013.

Resmo nas palavras dos autores: "O uso da talidomida nunca foi interrompido no Brasil, sendo prescrita para tratar a reação tipo 2 da hanseníase. Crianças com defeitos congênitos compatíveis com o fenótipo da embriopatia causada pela talidomida nasceram após 1965, evidenciando que o controle do uso e da dispensação do medicamento falhou no país. O artigo relata dados sobre a dispensação e usos clínicos da talidomida no Distrito Federal em 2001/12, quando a nova regulamentação passou a vigorar, e dados sobre a dispensação e uso do medicamento 10 anos antes. Os resultados mostraram que o número de pacientes que usaram talidomida decresceu de 819 em 2001 para 369 em 2011/12. A hanseníase foi a indicação clínica para mais de 70% das prescrições nos períodos analisados no estudo. No mesmo período, entretanto, o uso para lupus eritematoso reduziu de 13,7, para 4,9%, enquanto o uso para mieloma múltiplo cresceu de 2.9 para 20,3% de todas as prescrições. A prescrição de talidomida para as outras indicações aprovadas foi muito menor, enquanto para indicações não aprovadas correspondeu a < 1% das prescrições  em 2001 e 2011/12. O cadastro dos prescritores, pacientes e unidades dispensadoras na secretaria estadual de saúde, aparentemente tornou esse controle mais eficiente e confiável". 

 

PERSAUD, T.V.N. Problems of birth defects: from Hippocrates to Thalidomide and after: original papers with commentaries. Lancaster, Eng.: MTP Press, 1977.

Coletânea editada pelo Dr. T. V. N. Persaud. Traz 56 textos médicos sobre malformação congênita. O capítulo 27 contém carta do obstetra Dr. William McBride enviada para a revista Lancet notando pela primeira vez a ligação entre malformação de bebês e a talidomida na Austrália. Os capítulos 26, 28 e 29 trazem textos do pediatra e geneticista Dr. Widukind Lenz, pioneiro na identificação da síndrome da talidomida na Alemanha, em 1961.

POORE, Carol. Disability in Twentieth-Century German Culture. Ann Arbor: University of Michigan Press, 2007.

Baseado nos Disability Studies, o livro discute várias facetas do tema da deficiência na cultura alemã, da República de Weimar aos tempos de luta e conquista por direitos das pessoas com deficiência nas últimas décadas do século XX.  Em um dos capítulos da obra, a autora discorre sobre a história do desastre da talidomida no país.

RAUSCHMANN, Michael;  THOMANN, Klaus-Dieter;  ZICHNER, Ludwig (Hrsg.), Die Contergankatastrophe – Eine Bilanz nach 40 Jahren. Heidelberg: Steinkopff-Verlag Heidelberg, 2005. 

O livro debate as consequências do desastre do Contergan, com foco na questão da reabilitação das pessoas afetadas pelo medicamento. Discute o papel dos cirurgiões ortopédicos e da tecnologia ortopédica no desenvolvimento das pessoas com danos pela talidomida. Traz análises e relatos de especialistas que acompanharam os desdobramentos dos efeitos colaterais do fármaco desde o início do fenômeno. O livro é o 6º Anuário do Museu Alemão de História e Pesquisa Ortopédica e é dedicado totalmente à história e às consequências do desastre de Contergan.

REHMAN, Waqas; ARFONS, Lisa M; LAZARUS, Hillard M. The Rise, Fall and Subsequent Triumph of Thalidomide: Lessons Learned in Drug Development. Ther Adv Hematol. 2011 Oct; 2(5): 291–308.

Artigo traz um breve histórico da talidomida e do desastre que emergiu na década de 1960. Enfatiza o retorno da droga a partir dos anos 2000, sobretudo pelos benefícios do fármaco que foram evidenciados para as doenças hematológicas.

RIBEIRO, Maria Alice R. Saúde pública e as empresas químico-farmacêuticas. História, Ciências, Saúde — Manguinhos, vol. VII(3): 607-626, nov. 2000-fev. 2001.

Artigo não relacionado ao desastre do fármaco. Entretanto, a autora traz informações sobre a história de algumas indústrias químico-farmacêuticas no Brasil e apresenta aspectos da trajetória histórica do Instituto Pinheiros Produtos Terapêuticos, entre 1928 e 1958. O Instituto Pinheiros foi a principal companhia farmacêutica brasileira que disponibilizou no mercado produtos a base de talidomida – o Sedalis e o Sedalis 100 –, a partir de 1959.

RIVERA-CHAVARRÍA, Ana; ESPINOZA-AGUIRRE, Azálea. Usos, contexto regulatorio y ético de la talidomida en Costa Rica. Acta Médica Costarricense,  San José , v. 61, n. 2, pp. 73-76, Jun. 2019. 

Artigo de Ana Rivera-Chavarría, do "Instituto Costarricense de Investigación y Enseñanza en Nutrición y Salud (INCIENSA)", e Azálea Espinoza-Aguirre, do Ministério da Saúde da Costa Rica. Nas palavras das autoras, o objetivo do estudo sobre o fármaco foi “apresentar os resultados de uma revisão da literatura relacionada aos usos atuais, bem como o contexto regulatório e ético da talidomida na Costa Rica.”

SANTOS, Francieli Lunelli. A história da talidomida no Brasil e a trajetória para a conquista de direitos das pessoas com a síndrome teratogênica. Tese (Doutorado em Ciências Sociais Aplicadas), Ponta Grossa: UEPG, 2018.

A historiadora e cientista social produziu uma tese no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais Aplicadas na Universidade Estadual de Ponta Grossa, no Paraná.  Analisou a trajetória de luta por direitos para as pessoas com deficiência pela síndrome da talidomida no Brasil. A pesquisa foi realizada em diferentes fontes documentais, como jornais impressos e documentos jurídicos, governamentais  e documentário. Teve aporte teórico dos disability studies e da teoria da sociedade de risco. A tese defendida: os afetados pela iatrogenia medicamentosa entre 1959-1964 no Brasil vivenciaram uma ausência quase que total de direitos e de assistência até a fase adulta. Isso se deveu à hegemonia do modelo biomédico sobre os corpos deficientes.

SCHLICH, Thomas; TRÖHLER, Ulrich (eds.). The risks of medical innovation: risk perception and assessment in historical context.  London; New York : Routledge, 2006.

Coletânea com vários capítulos que discutem, em perspectiva histórica, os riscos da inovação médica. Aborda a anestesia, o raio X, a vacina BCG, etc. No que tange ao tema da talidomida, não apenas o desastre do medicamento é discutido, mas sobretudo a transformação simbólica (positiva) do fármaco pelo mercado distribuidor de drogas. Este normaliza os riscos da talidomida pelo controle do comportamento reprodutivo das mulheres e também busca preservar a autonomia dos profissionais da saúde.

SCHULER-FACCINI, Lavinia et al. New cases of thalidomide embryopathy in Brazil. Birth Defects Research (Part A), pp.671-672, Aug. 2007.

Artigo da professora geneticista brasileira Lavinia Schuler-Faccini, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com participação de outros colaboradores (do Ministério da Saúde, da Fiocruz, do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase, da Associação Brasileira de Portadores da Síndrome de Talidomida e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Aponta a ocorrência de três casos de embriopatia por talidomida identificados no país entre 2005 e o momento da elaboração do referido artigo.