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Jornalismo / MídiaHistória & Sociologia

Estudos relacionados ao tema:

JUHLIN, Inga-Maj. Rikskuratorn: omhändertagandet av de neurosedynskadade barnen 1962-1970.  Stockholm : Carlssons, 2012. 

Livro da assistente social Inga-Maj Juhlin sobre o desastre da talidomida na Suécia. A autora discorre sobre sua atuação profissional no Hospital Eugeniahemmet, de Estocolmo, que abrigou crianças afetadas pelo medicamento. O texto reflete sobre como o problema da talidomida foi discutido pela mídia e pelo parlamento sueco, as questões relativas ao aborto e as responsabilidades da companhia Astra, fabricante do fármaco no país.

KLAUSEN, S. M.; PARLE, J. ‘Are We Going to Stand By and Let These Children Come Into the World?’: The Impact of the ‘Thalidomide Disaster’ in South Africa, 1960–1977. Journal of Southern African Studies, Vol. 41, n. 4, 2015, pp. 735–752.

Klausen e Parle analisam como os impactos do desastre da talidomida na mídia impressa internacional afetaram a política de medicamentos na África do Sul. Demonstram que em 1965 foi criada no país uma lei de controle de medicamentos. Além disso, apontam que os acontecimentos relacionados à talidomida desempenharam um papel significativo no debate sobre a reforma relativa ao direito ao aborto ocorrida no início da década de 1970.

KNIGHTLEY, P. The Thalidomide Scandal: where we went wrong. In: PILGER, John. Tell me no lies: investigative journalism that changed the world. New York: Thunder’s Mouth Press, 2005, pp. 357-385.

O capítulo do jornalista Phillip Knightley discute como a empresa Chemie Grünenthal colocou a talidomida no mercado. Demonstra a agressividade das campanhas publicitárias criadas para o medicamento que foi vendido como um poderoso e seguro indutor de sono. 

KNIGHTLEY, Phillip et al. Suffer the children: the story of thalidomide. New York: Viking Press, 1979.

Livro escrito pela equipe de jornalismo investigativo do jornal The Sunday Times sobre o desastre da talidomida, com ênfase nos acontecimentos da Grã-Bretanha. A obra também narra os diversos conflitos jurídicos do próprio jornal com a corte britânica, uma vez que matérias jornalísticas sobre o processo judicial da talidomida no país estavam sob censura. A disputa judicial entre o periódico e a justiça britânica teve início em 1962, e a imprensa britânica ficou proibida de comentar sobre o caso até 1977.

LEANDRO, José Augusto; SANTOS, Francieli Lunelli. A talidomida nos jornais do Rio de Janeiro em 1962. VII Simpósio Nacional de História Cultural. São Paulo: Usp, 2014.

Trabalho apresentado na cidade de São Paulo, em Simpósio de História Cultural que discutiu o grande tema "escritas, circulação, leituras e recepções". Nas palavras dos autores, a pesquisa empreendida buscou "analisar todas as notícias publicadas na imprensa carioca no ano de 1962, com vistas a traçar uma cronologia do evento da síndrome da talidomida no país nos primeiros seis meses" após a emergência do escândalo da iatrogenia do fármaco pelos meios de comunicação. Nesta cronologia inicial foram destacadas "as ações governamentais sobre a retirada do medicamento do mercado". 

 

LEANDRO, José Augusto; SANTOS, Francieli Lunelli. História da talidomida no Brasil a partir da mídia impressa (1959-1962). Saúde & Sociedade. vol.24 n.3, São Paulo, jul/set. 2015. 

Resumo do artigo nas palavras dos autores: "O artigo discute algumas questões relacionadas à droga talidomida, a partir de notícias da mídia impressa. As fontes utilizadas na pesquisa foram jornais editados na cidade do Rio de Janeiro entre 1959 e 1962. O estudo destaca o contexto histórico brasileiro que antecede a chegada da talidomida no Brasil, com ênfase em alguns aspectos relativos à indústria farmacêutica no cenário da década de 1950; traz algumas informações sobre o Instituto Pinheiros Produtos Terapêuticos S/A, o principal laboratório que produziu e comercializou a droga no país; demonstra como os jornais veicularam as primeiras propagandas incentivando a prescrição do medicamento e acompanha as notícias sobre os malefícios da talidomida; aponta quais ações foram tomadas para a retirada da droga do mercado brasileiro, uma vez que ela era amplamente comercializada no país naquele momento; conclui que a mídia impressa deu destaque moderado para a tragédia, que a talidomida circulou largamente pelo território nacional e sugere que a primeira geração de bebês vítimas da talidomida deve ser maior do que normalmente se supõe".

LEANDRO, José Augusto. “Descansar e dormir sem riscos”: o Jornal do Médico (Portugal) e o desastre da talidomida, 1960-1962. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, 27(1), 2020, 15-32.

Do resumo da pulicação: O artigo analisa como o periódico Jornal do Médico, editado na cidade do Porto, em Portugal, divulgou o desastre da talidomida. A pesquisa percorreu as páginas da fonte desde o início de 1960 até o final de 1962. Aqui, objetivam-se apontar e discutir duas questões interligadas: a morosidade em publicar matérias sobre os efeitos deletérios do medicamento, vendido no país sob a denominação Softenon®, e a construção discursiva da isenção da responsabilidade do médico no fenômeno da iatrogenia medicamentosa.

 

 

LEANDRO, José Augusto. SANTOS, Francieli Lunelli. Talidomida no Brasil: “à distinta classe médica”. VII Jornada de Sociologia da Saúde. Curitiba: UFPR, 2013.

Os autores argumentam que a mídia impressa brasileira da década de 1950 desempenhou um papel preponderante na divulgação de  medicamentos industrializados. Apresentam a primeira propaganda sobre talidomida no Brasil, do produto Sedalis, que foi estampada na primeira página de jornal de grande circulação no Rio de Janeiro, em 1959. O discurso da peça publicitária do Sedalis, naquele momento, foi direcionado aos médicos.

LENZ, Widukind. A short history of thalidomide embryopathy. Teratology. 1988; 38: 203-215.

Artigo do pediatra alemão e pioneiro da descoberta da relação específica entre o ciclo gravídico com os tipos de má formação fetal por ingestão de talidomida. Aponta alguns aspectos do contexto histórico da década de 1960 que permitiram tanto a ciência médica como a indústria farmacêutica, sobretudo na Alemanha, colocarem o medicamento no mercado.

LOPES, Bruna A.; SANTOS, Francieli L. O julgamento da família Vandeput: uma análise da abordagem da mídia impressa brasileira sobre o infanticídio de Corinne (1962). História em revista. Pelotas: Editora da UFPel, v.26/2, jul. 2021.

As autoras fazem análise do modo como a mídia impressa brasileira noticiou o julgamento – ocorrido em 1962 na cidade de Liège (Bélgica) – da familia Vandeput e do médico, Dr. Jacques Casters, acusados de homicídio da bebê Corinne, nascida com deficiências em virtude da talidomida. Utilizam como fontes o jornal Última Hora, Correio da Manhã e Diário Carioca; e as revistas Manchete, O Cruzeiro e Fatos & Fotos. De acordo com as historiadoras o caso é emblemático por colocar em evidência, na década de 1960, questões relacionadas à medicalização do corpo feminino, à maternidade e à deficiência.